Jackie Stewart fala sobre a sua época: "Nós nunca parávamos de correr"

Que havia mortes e ferimentos em todas as temporadas não é algo que surpreenda, dada a forma como as corridas eram tratadas. "Naqueles dias, nós nunca parávamos a corrida. Nós corríamos através do fogo. Todos eram amigos, essa era a vantagem da época. Todos nós saíamos de férias juntos. Jochen [Rindt] e Piers Courage, Jimmy Clark e Graham [Hill]. Depois Bruce McLaren, é claro, também. Nós passamos muito tempo juntos e realmente tivemos um grande grupo de pessoas, e infelizmente, é claro, muitos morreram".

As pistas eram verdadeiras armadilhas de morte, assim como os próprios carros. "Não havia áreas de escape, não havia barreiras deformáveis. Nos cockpits do carro, nós estávamos sentados em cima dos tanques de combustível o tempo todo, literalmente debaixo das suas pernas."

Quis fechar Nürburgring e Spa

O escocês também foi um defensor proeminente do fechamento de alguns circuitos considerados muito perigosos, como Nürburgring (especialmente o Nordschleife), e Spa. Aqui, ele também se refere ao acidente de Niki Lauda em 1976, no Nordschleife. "O que eu mais me orgulho foi fechar Nürburgring, porque no meu tempo era absolutamente ridículo. Eu comecei uma campanha para parar (as corridas em) Nürburgring e Spa. Recebi ameaças de morte, tive pessoas entrando na minha casa e gritando, berrando e atirando pedras para tentar atravessar as janelas."

É graças a pilotos como Stewart que a Fórmula 1 se tornou um lugar mais seguro e os circuitos melhoraram de muitas maneiras. Circuitos como o de Nürburgring e Spa nunca deveriam sediar uma corrida, diz o piloto de 83 anos. "Havia postes telegráficos e gado, e só Deus sabe o que mais, mas era assim na época". Hoje, por causa do avanço da segurança no esporte, esses mesmos circuitos podem receber corridas sem que qualquer piloto se preocupe com a segurança.